segunda-feira, 16 de abril de 2018

Caminhar é preciso, mas sem boas pernas (boas práticas) não é possível

Independente do prisma que se olhe para determinada questão, serão as práticas determinantes. 

Se boas, competitivas, eficientes, dependerá dos objetivos. Mas é certo que sem elas, não se saí do lugar. Mesmo com horizonte aberto, sem elas, não se avança. E porque isto acontece? Será que falta coragem, segurança ou pernas fortes e preparadas para caminhar?

Na área da sustentabilidade é bom ver pernas fortes, estradas abertas e organizações avançando. Prestar atenção em cada detalhe para conhecer os caminhos das pedras, o pulo do gato, a receita da excelência das práticas que fazem as organizações crescerem e potencializarem suas caminhadas. 

Quando olho para o cenário da sustentabilidade, vejo muita disposição para falar, mas igual resistência para compartilhar. O que leva a vários questionamentos. 

Não se consegue visualizar com nitidez (transparência) os passos, a velocidade e direção, a estrada de quem apenas fala. Anúncios e depoimentos estão mais para monólogos do que para diálogos. Os tempos e as condições das falas não são lineares e nem tem o mesmo peso. 

Já compartilhar é respeitoso, linear, interativo e com devolutivas. Se consegue enxergar com maior nitidez (transparência), as pernas e os passos de quem se diz na estrada da sustentabilidade. Mas este processo (maior ou menor nitidez e transparência do que se faz) é sútil e pode passar despercebido, ou até mesmo, incentivado por aqueles que dele fazem parte.

Boas Práticas, quem tem mostra e compartilha

Os profissionais da área de sustentabilidade foram preparados para uma criticidade maior em relação aos fatores que impactam os princípios e diretrizes do que se convencionou chamar “Sustentabilidade”. Pelo menos, é o que esperamos e desejamos. Devem ter um olhar sistêmico e fazer as inter-relações. 

Os próprios ODS, antes eram ODM, em 15 anos foram revistos, dobraram o número de objetivos e metas com novas temáticas. Tudo evoluí, e com os profissionais da sustentabilidade não deve ser diferente, principalmente se comparado com as demais áreas em uma organização.

Acho que as novas gerações não sabem que antigamente só existia o temido DP – Depto Pessoal – que surgiu para atender questões legais (benefícios, leis trabalhistas, etc). Hoje, temos o RH – Recursos Humanos, muito mais complexo e estratégico. 

Tudo se transforma e evoluí. Com a área de sustentabilidade que já nasceu com muitos recortes e desafios transversais, não será diferente. Ficar parado no tempo, fazendo o básico, não vai fazer as pernas fortalecerem para uma caminhada na direção dos objetivos maiores e necessários. Não será feito a melhoria contínua que toda organização procura.

Como já dizia minha avó na sua sabedoria de imigrante, “quem não arrisca não petisca”. É necessário ir além, inovar, melhorar e compartilhar (não apenas falar) os progressos e conquistas da área. Se isto não está acontecendo, a área não está se fazendo necessária ou não está sendo bem representada. Caminhar é preciso, mas sem boas pernas (boas práticas), não será possível. 

Benchmarking Brasil: Um programa de valorização das boas práticas nas organizações

Um dos mais respeitados Selos de Sustentabilidade do País, que certifica e compartilha cases de boas práticas há mais de uma década. Até a edição anterior, 373 cases foram certificados e compartilhados em publicações (livros, revistas, portais e bancos digitais) e eventos (encontros, seminários, fóruns e congressos). Os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) estão inclusos na metodologia de seleção dos cases de sustentabilidade, e as metas e compromissos do Programa estão na plataforma SDG (Sustainable Development Goals) da Agenda 2030 da ONU. 

São Paulo, 16 de abril de 2018
Marilena Lavorato
Idealizadora do Programa Benchmarking Brasil
Inteligência Coletiva em Sustentabilidade

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