Por Marilena Lavorato (*)
Ao pé
da letra, a dobradinha “saúde e sustentabilidade” lembra a história do ovo e da
galinha. Um não existirá sem o outro.
A saúde do individuo depende do meio ambiente equilibrado e sadio. E a sustentabilidade depende da saúde de ambos, individuo e ambiente.
A constituição Federal no seu artigo 225 afirma: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”
O
artigo 225 coloca o meio ambiente como direito e dever ao mesmo tempo, deixando
claro a interconexão com a saúde do individuo e da população.
A preservação ambiental é um caso de saúde publica?
Há uma tendência em discutir a sustentabilidade sob o prisma das políticas públicas, dos fundamentos sócio-econômico-ambiental, das inovações tecnológicas, das matrizes energéticas. Mas muito pouco trabalhado sob o viés da saúde.
Toda
vez que há alteração do clima, há tragédias naturais e perdas humanas. Algumas
de forma catastróficas como inundações. Outras silenciosas como o rigor do
inverno que matou centenas de pessoas na Europa.
As altas temperaturas devem
matar igualmente, mas não vemos estudos e números desta tragédia. Suas mortes
devem ser contabilizadas em algum outro tipo de doença. As águas
contaminadas também matam, mas as estatísticas e estudos não são divulgados em
mídias de massa.
Eu particularmente gostaria de ver mais envolvimento da área da saúde nesta temática, apresentando números e estudos e sensibilizando a população para a seriedade da questão.
Certamente se esta correlação (ambiente, saúde e sustentabilidade) fosse mais estudada e seus resultados mais amplamente divulgados , as pessoas reagiriam mais rapidamente de forma a conquistar avanços nesta questão.
Eu particularmente gostaria de ver mais envolvimento da área da saúde nesta temática, apresentando números e estudos e sensibilizando a população para a seriedade da questão.
Certamente se esta correlação (ambiente, saúde e sustentabilidade) fosse mais estudada e seus resultados mais amplamente divulgados , as pessoas reagiriam mais rapidamente de forma a conquistar avanços nesta questão.
Afinal, o que
pode sensibilizar mais do que a proteção da própria pele?
Sáude Pública, tema da Campanha da Fraternidade 2012
Sáude Pública, tema da Campanha da Fraternidade 2012
Esta semana, dia 22 de fevereiro, a CNBB (Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil) abriu a Campanha da Fraternidade-2012 com o tema “Saúde Pública”. Um assunto árido para nossas autoridades e difícil para a sociedade brasileira que tem um sistema de saúde pública precário, e que ao longo das décadas, se acostumou e não se indigna mais.
A campanha da Fraternidade 2012 concentrará sua indignação no desumano atendimento que é prestado a população pelo sistema de saúde publico. Por isto, o meu desejo em ampliar esta discussão para o meio ambiente sadio e equilibrado que reza o artigo 225 da constituição federal será utópico.
Mas, seguramente oportuno para tornar realidade o dizer bíblico “Que a saúde se difunda sobre a terra” (cf. Eclo 38,8)
(*) Marilena Lavorato é especialista em Gestão da Sustentabilidade, Organizadora do Programa Benchmarking Brasil, Diretora da Mais Projetos e Presidente do Instituto MAIS.
PS: HOJE É 6ª FEIRA: Toda 6ª feira no Blog do I+, vamos falar de um tema considerado relevante e/ou que tenha sido noticia nas mídias sociais durante a semana. Hoje o tema é "Saude e Sustentabilidade" com base no tema da campanha da fraternidade da CNBB para 2012.
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