quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Aula Inaugural do Mestrado de Sustentabilidade da Uninove

Ontém, dia 28 de fevereiro, no auditório do prédio C do campus Memorial da Universidade Uninove, foi realizada a aula inaugural do GEAs: Programa de Mestrado em Gestão Ambiental e Sustentabilidade. A solenidade celebrou o início das aulas e contou com a presença de renomados profissionais e do Secretário Municipal do Verde e Meio Ambiente, Sr. Eduardo Jorge Martins Alves Sobrinho, que palestrou sobre Gestão Ambiental e Sustentabilidade: um desafio de nosso tempo.


O Instituto Mais fez parte da mesa diretora representando a Sociedade Civil Organizada e com total afinidade com a proposta do mestrado que é a capacitação e formação de massa crítica em sustentabilidade por meio do compartilhamento do conhecimento socioambiental aplicado.


A mesa diretora foi composta por representantes da Academia, Poder Público, Iniciativa Privada e Terceiro Setor representados por: Eduardo Storópoli Reitor da Universidade Nove de Julho; Gilberto de Souza Meirelles Neto - Presidente da Abrecon (Associação Brasileira de Resíduos da Construção Civil e Demolição); Prof. Milton Campanário -Diretor do Programa de Mestrado e Doutorado em Administração PMDA/Uninove; Prof. Sergio Luis do Amaral Moretti, Diretor do Programa de Mestrado Profissional em Gestão Ambiental e Sustentabilidade GeAS Uninove; Eduardo Jorge Martins Alves Sobrinho, Secretário Municipal do Verde e Meio Ambiente; e Marilena Lino de Almeida Lavorato, Presidente do Comitê de Sustentabilidade do Instituto MAIS.


Após uma breve saudação dos presentes, o Secretário Eduardo Jorge fez uma palestra magna sobre Gestão Ambiental e Sustentabilidade, desafios de nosso tempo apresentando as práticas e ações da Gestão Ambiental para o município de São Paulo. Na foto ao lado, ele recebe de Marilena a Revista  Benchmarking e o Livro BenchMais2, publicações de conteúdos avançados em Gestão da Sustentabilidade. Na foto abaixo, a Secretária Leda Aschermann, Secretaria Adjunta também recebe as publicações. 


Marilena Lavorato do Instituto Mais em sua breve apresentação chamou atenção para o fato de que a sustentabilidade não pode ser entendida sem laços com outras áreas do conhecimento, e que os profissionais atuantes nesta área devem lidar bem com o pensamento complexo e dominar aspectos técnicos importantes como legislação, normatizações, gestão e educação ambiental, ou seja, um super profissional que tem por missão transformar o futuro.  


Segundo Marilena, precisamos de massa critica para enfrentar os desafios climáticos e socioambientais já anunciados pela ciência, e que mestrados como este são verdadeiros celeiros de talentos.  Finalizou desejando boa sorte aos mestrandos e parabenizando a universidade pela iniciativa. O sucesso de vocês será o sucesso de nosso futuro comum, afirmou.  


Na foto ao lado, Marilena e Prof. Sérgio Luis Moretti, se confraternizam e comemoram a aula inaugural do mestrado Geas que conta com 20 mestrando com bolsa integral. O Instituto Mais deseja sucesso a iniciativa. 

Abaixo, vídeo com depoimentos dos participantes da mesa diretora da aula inaugural do GEAs, Programa de Mestrado em Gestão Ambiental e Sustentabilidade. 

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A interconexão da Saúde com a Sustentabilidade


Por Marilena Lavorato (*)


Ao pé da letra, a dobradinha “saúde e sustentabilidade” lembra a história do ovo e da galinha. Um não existirá sem o outro. 

A saúde do individuo depende do meio ambiente equilibrado e sadio. E a sustentabilidade depende da saúde de ambos, individuo e ambiente.

A constituição Federal no seu artigo 225 afirma: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”

O artigo 225 coloca o meio ambiente como direito e dever ao mesmo tempo, deixando claro a interconexão com a saúde do individuo e da população. 


A preservação ambiental é um caso de saúde publica?
 
Há uma tendência em discutir a sustentabilidade sob o prisma das  políticas públicas, dos fundamentos sócio-econômico-ambiental, das inovações tecnológicas, das matrizes energéticas. 
Mas muito pouco trabalhado sob o viés da saúde. 

Toda vez que há alteração do clima, há tragédias naturais e perdas humanas. Algumas de forma catastróficas como inundações. Outras silenciosas como o rigor do inverno que matou centenas de pessoas na Europa. 

As altas temperaturas devem matar igualmente, mas não vemos estudos e números desta tragédia. Suas mortes devem ser contabilizadas em algum outro tipo de doença.  As águas contaminadas também matam, mas as estatísticas e estudos não são divulgados em mídias de massa.
 Eu particularmente gostaria de ver mais envolvimento da área da saúde nesta temática, apresentando números e estudos e sensibilizando a população para a seriedade da questão.

Certamente se esta correlação (ambiente, saúde e sustentabilidade)  fosse mais estudada e seus resultados mais amplamente divulgados , as pessoas reagiriam mais rapidamente de forma a conquistar avanços nesta questão. 

Afinal, o que pode sensibilizar mais do que a proteção da própria pele?

Sáude Pública, tema da Campanha da Fraternidade 2012 
 
Esta semana, dia 22 de fevereiro, a CNBB (Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil) abriu a Campanha da Fraternidade-2012 com o tema “Saúde Pública”. Um assunto árido para nossas autoridades e difícil para a sociedade brasileira que tem um sistema de saúde pública precário, e que ao longo das décadas, se acostumou e não se indigna mais. 

A campanha da Fraternidade 2012 concentrará sua indignação no desumano atendimento que é prestado a população pelo sistema de saúde publico. 
Por isto, o meu desejo em ampliar esta discussão para o meio ambiente sadio e equilibrado que reza o artigo 225 da constituição federal será utópico. 

Mas, seguramente oportuno para tornar realidade o dizer bíblico “Que a saúde se difunda sobre a terra” (cf. Eclo 38,8)

 
 (*) Marilena Lavorato é especialista em Gestão da Sustentabilidade, Organizadora do Programa Benchmarking Brasil, Diretora da Mais Projetos e Presidente do Instituto MAIS.  

PS: HOJE É 6ª FEIRA: Toda 6ª feira no Blog do I+, vamos falar de um tema considerado relevante e/ou que tenha sido noticia nas mídias sociais durante a semana. Hoje o tema é  "Saude e Sustentabilidade" com base no tema da campanha da fraternidade da CNBB para 2012.  

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Os Impactos do Carnaval

Por um Carnaval mais sustentável


Por Marilena Lino de Almeida Lavorato




Enquanto o brilho e o luxo do carnaval contam histórias, encantam pessoas e atraem multidões, uma grande geração de lixo e impactos acompanham o ritmo da folia.

Muitas vezes, enquanto o amor a natureza é cantado em prosa e verso por escolas de samba, a consciência ecológica é colocada a prova na produção e gerenciamento dos resíduos que produz. E como sempre, ficamos no discurso , e pior, desafinado com a realidade.

Os números do carnaval no Rio e em Salvador


Numa rápida pesquisa por números pela internet  observamos o crescimento da geração dos resíduos em grandes capitais com tradição em festas carnavalescas.

Em 2011, o Rio de Janeiro produziu aproximadamente 900 toneladas de lixo, registrando um crescimento de 12% em relação a ano anterior.

Em Salvador, foram quase 1.400 toneladas de lixo gerados, e mais de 6 milhões de litros de água e 7 mil litros de aromatizantes limpar e higienizar as ruas.  Em 2010, Depois dos dias de folia do carnaval de Salvador, mergulhadores da Global Garbage, ONG que combate o descarte de lixo nos oceanos, ficaram assustados com a quantidade de latas de cerveja e garrafas plásticas encontradas no fundo do mar do mar nas imediações do Farol da Barra.

E para os foliões que optarem pela folia em alto mar em um cruzeiro marítimo o saldo será maior ainda. Segundo dados da ONG “Friends of the Earth”, que calculou o passivo ambiental de cruzeiros s informa que um cruzeiro comum de uma semana de duração, gera mais de 50 toneladas de lixo, utiliza 3,8 milhões de litros de água (vindas da cozinha, dos chuveiros e da lavanderia), gera 795 mil litros de esgoto e 95 mil litros de água contaminada com óleo. Em média, cada passageiro produz 3,5 quilos de lixo por dia – aproximadamente quatro vezes mais que um cidadão em terra.


Divertir com Responsabilidade e consciência ambiental


Fica claro que a natureza serve para inspirar escolas e foliões, mas não é capaz de motivá-los a repensar seus atos. O alto consumo de produtos descartáveis como latas de cerveja e refrigerantes, garrafas de água, e embalagens de todos os tipos representa uma grande participação no volume de lixo produzido e descartado erroneamente, causando impactos ao meio ambiente e aumentando o custo da coleta e armazenamento para o cidadão que paga por este serviço.  



Seguramente daqui uma semana teremos os números da geração de resíduos e consumo de água em cidades com forte tradição em carnaval, que certamente  não nos agradarão.  

Com a PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos aprovada em 2010 (depois de tramitar por mais de 20 anos no congresso) e com prazo ate agosto de 2014 para sua implantação total, acreditamos que esta situação melhore, por amor (motivação/educação) ou pela dor (punição/multa).

Enquanto isto não acontece, fica a questão: Em vez de cantarmos em verso e prosa a beleza da natureza não será mais eficaz ensinarmos e motivarmos as pessoas a adotarem práticas menos insustentáveis e mais responsáveis para sua preservação?  Quem sabe alguém coloca esta feliz ideia em prática neste carnaval.  


Divirtam se com responsabilidade e consciência ambiental. Bom Carnaval 2012. 




(*) Marilena Lino de Almeida é especialista em Gestão da Sustentabilidade, Organizadora do Programa Benchmarking Brasil, Diretora da Mais Projetos e Presidente do Comitê de Sustentabilidade do Instituto MAIS.


PS: Hoje é 6a feira. Dia de comentar um tema relevante e atual da sustentabilidade. 

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

A Sustentabilidade existe?


Por Marilena Lino de Almeida Lavorato
Aproximadamente 17.600.000 resultados. Isto é o que aparece quando digitamos a palavra sustentabilidade no Google.  O fascínio pela palavra é tão grande, que corre-se o risco de banalização de seu uso nos discursos e pautas. Tudo é sustentável ou contém atributos de. 
A sustentabilidade virou sonho de consumo da humanidade e já criou pelo menos dois distintos segmentos de mercado: o Legítimo e o Pirata. E entre ambos, muitas organizações bem intencionadas que não conseguem passar das tímidas ações.

Legítimo
quando interage sem receios com a massa critica da sustentabilidade pois comprova-se a excelência nas práticas adotadas (Benchmarking), e Pirata, quando há divergência entre discurso e prática, ou ainda quando, supervaloriza suas ações.

Também definiu tipos distintos de consumidores: os céticos (os que pagam para ver e juram nunca terem visto) e os ambientalistas (dos moderados aos puristas que tentam provar a supremacia de suas visões). Também entre ambos, um monte de gente (a maioria)  em cima do muro esperando o que vai acontecer para tomar partido.  
A  grande massa ainda não entendeu muito bem as implicações do que seja a sustentabilidade na prática, mas já definiu que a quer. Resta saber se estará disposta a pagar seu preço,  e mais, se a colocará em prática quando descobrir que  a sustentabilidade é uma via de mão de dupla e com muitas interconexões. Onde as escolhas individuais afetam o todo e o inverso é verdadeiro. 
Sustentabilidade, Mito ou Realidade ? 
Para responder esta questão, temos que começar substituindo o “ou” pelo “e” da pergunta.  
A sustentabilidade é “Mito” quando vista sob o prisma literal da palavra. Nada é totalmente eterno da mesma forma. Tudo sofre transformações contínuas.  Nada é totalmente sustentável, pois a atividade humana gera impactos.  E “Realidade” quando conseguimos isolar ações pontuais que comprovam equilíbrio (social, ambiental e econômico) da relação homem - meio. Importante destacar que este “equilíbrio” não é imutável, pelo contrário, é dinâmico. E, justamente o contínuo esforço para conservá-lo, é sustentabilidade.
Outro ponto importante é a vocação natural da palavra para polêmicas e duplas interpretações. 
A sustentabilidade entendida pelo fundamento do “Trippon Botton Line”, equilíbrio entre os pilares: social, ambiental e econômico,  pode ser um ótimo ou péssimo negócio. Depende da visão e posicionamento de cada um. Poderá ser entendida como oportunidade de mercado, ou apenas, conformidade legal a ser cumprida. Como investimento ou despesa.  
E, é esta visão que fará toda a diferença no resultado final. Depende de uma escala de valores e de conhecimentos avançados sobre (ou interesse para). Depende da cultura de sustentabilidade do mercado e dos colaboradores.  Condição que não se constrói da noite para o dia, certamente.
Portanto, a sustentabilidade é um objetivo a ser perseguido diariamente, e quanto mais nos aproximamos dela, menos insustentáveis seremos.  Simples na conclusão, porém complexo na operação. 

(*) Os princípios e diretrizes da sustentabilidade determinam uma escala de valores que norteiam escolhas e fundamentam políticas e ações de pessoas, empresas e países.  
Marilena Lino de Almeida Lavorato é especialista em Gestão da Sustentabilidade, Organizadora do Benchmarking Brasil, Diretora da Mais Projetos e Presidente do Instituto MAIS
PS: HOJE É 6ª FEIRA: Toda 6ª feira no Blog do I+, vamos falar de um tema considerado relevante e/ou que tenha sido constante nas mídias sociais durante a semana. Hoje o tema é "A Sustentabilidade existe? "

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A polemica das sacolinhas e a construção de uma nova consciência

Por Marilena Lino de Almeida Lavorato

A polêmica que se instalou a partir do dia 25 de janeiro, data que em São Paulo os supermercados deixaram de fornecer gratuitamente sacolas plásticas a base de petróleo para seus consumidores, está cumprindo um papel educador relevante.

As pessoas, motivadas por esta mudança compulsória de hábito, estão desenvolvendo um olhar mais critico e sistêmico em relação as questões socio-ambientais. Começam a entender as interconexões do ambiental com o econômico,  até porque estão sentindo no próprio bolso o preço da sacolinha reutilizável.  Certamente, alguns descobriram pela primeira vez  que tudo tem um preço; e que o meio ambiente faz parte desta conta também.

A sociedade começa a discutir quem deve pagar esta conta e se depara com divergentes pontos de vistas entre setores da economia impactados por esta mudança e que se preparam para as adequações da PNRS - Politica Nacional de Resíduos Sólidos que após 21 anos de discussão do congresso finalmente foi aprovada em 2010.

Alguns supermercados enxergaram uma oportunidade para conquistar novos clientes e passaram a dar gratuitamente sacolas reutilizáveis para seus consumidores, enquanto outros cobram.   O Procon se manifesta, a indústria do Plástico e a Associação Paulista dos Supermercados divergem totalmente em relação a questão, e o consumidor nunca recebeu tanta informação sobre sacolinhas, meio ambiente e interesses econômicos setoriais.
Mas o mais importante de tudo é que, enquanto discutimos a crise das sacolinhas, aprendemos que temos que mudar e respeitar o meio ambiente, e que esta conta pertence a todos. Isto é também construir uma nova cultura de sustentabilidade baseado em escolhas mais inteligentes e responsáveis.  

Independente da motivação,  uma nova cultura de sustentabilidade está sendo construída a partir da polêmica das sacolinhas. Viva!
Sobre as Sacolinhas plásticas nos supermercados

Desde 25/01/20120, os supermercados de São Paulo deixaram de fornecer gratuitamente sacolas plásticas à base de petróleo. Os usuários poderão recorrer às tradicionais sacolas de pano ou comprar sacolas reutilizáveis a partir de R$ 1,99. Outra opção, as sacolas de plástico biodegradável, estarão à disposição dos consumidores por R$ 0,19 (valor fixado em acordo).  Ou ainda, o consumidor poderá levar uma sacola de tecido retornável ou carrinho ou ainda utilizar caixas de papelão vazias do próprio supermercado.

Por sacola reutilizável, entende-se que são "aquelas que sejam confeccionadas com material resistente e que suportem o acondicionamento e transporte de produtos e mercadorias em geral".
Em maio do ano passado, o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD) sancionou a lei municipal que previa o banimento dos itens nos supermercados a partir de 1º de janeiro de 2012. Porém, a lei foi suspensa por meio de liminar pedida pelo Sindicato da Industria de Material Plástico. A prefeitura recorreu ao Tribunal de Justiça de São Paulo, que manteve a liminar. Houve novo recurso, desta vez ao Supremo Tribunal Federal, que ainda não foi julgado.  Fonte: www.terra.com.br

(*) Marilena Lino de Almeida Lavorato é especialista em Gestão da Sustentabilidade, Organizadora do Programa Benchmarking Brasiol, Diretora da Mais Projetos e Presidente do Comitê de Sustentabilidade do Instituto MAIS


PS: HOJE É 6ª FEIRA: Toda 6ª feira no Blog do I+, vamos falar de um tema que tenha sido bastante debatido nas mídias sociais durante a semana. Hoje o assunto é a polêmica das sacolinha plásticas.