*Por Fernando Novais
Em meio à crise
de abastecimento no sistema hídrico da cidade de São Paulo, o Instituto Mais, em parceria com a Mais Projetos, promoveu o segundo
encontro técnico realizado na ultima 5a feira, 27 de fevereiro, sobre assunto que mais está em pauta tanto na esfera
pública quanto na privada: as melhores práticas para se economizar e utilizar
de maneira sustentável a matriz energética e cuidar para que as emissões
produzidas não denigram a atmosfera de nosso planeta.
O evento teve a
participação do vereador da cidade de São Paulo, Gilberti Natalini, do professor da Escola Politécnica da USP
(Poli-USP), Laércio Kutianski Romeiro,
e da apresentação dos cases “Evolução – Mudanças Climáticas”, da petroquímica
Braskem, pelo coordenador da área de Gestão de Desenvolvimento Sustentável, Mario Pino, e “Economia Dez,
Desperdício Zero”, do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), pela
presidente do Comitê de Sustentabilidade, Rosemeire
da Silva Pereira, ambos certificados pelo Programa Benchmarking Brasil em
2014.
Autor de
diversas leis, entre elas, a que estabelece a utilização de água de reuso
proveniente das estações de tratamento de esgoto para a limpeza de lugares
públicos, o vereador Gilberto Natalini explicou que existem mais de 24 projetos
de sua autoria na Câmara Municipal de São Paulo para auxiliar na contenção da
crise hídrica no município, como, por exemplo, o uso de hidrômetros
individualizados e o aproveitamento da água de perfuração do lençol freático.
Natalini
destacou a importância dos encontros promovidos pelo Instituto Mais para a
difusão de uma cultura de desenvolvimento sustentável na sociedade:
“O evento tem a
importância de implantar a sustentabilidade num setor importantíssimo da nossa
vida, que é o setor produtivo. E isso estimula as pessoas físicas e jurídicas,
e até mesmo os jovens universitários, a tomarem iniciativas sustentáveis das
mais variadas. Porque a verdade é a seguinte: ou a gente muda de conduta,
entende que é preciso construir um novo modelo econômico onde a
sustentabilidade esteja incluída, ou nós estamos fadados à extinção pelas
nossas próprias mãos.”
Pesquisador Sênior do Grupo de Prevenção à Poluição (GP2) da POLI-USP, utilizando a metodologia de Avaliação do Ciclo de Vida, o professor Laércio Kutianski fez um alerta com relação ao aumento da demanda de energia nos próximos anos. O aumento do custo de energia, o aumento da população e, consequentemente, o aumento do consumo serão os maiores problemas que o governo brasileiro deverá administrar pelos próximos anos.
Diante deste
cenário, a tendência é de que os insumos renováveis, como o milho, por exemplo,
sejam cada vez mais explorados, sobretudo pelas indústrias, como é o caso da
Braskem, que já utiliza dentro de sua cadeia produtiva matérias-primas provenientes
de fontes renováveis:
“Entre 2009 e
2012, a Braskem investiu R$ 100 milhões em biopolímeros, que são produtos que
utilizam matéria-prima de fonte renovável. Além disso, o crescimento da
cana-de-açúcar acaba capturando o CO2, ajudando a desconcentrá-lo na atmosfera.
Nós também cultivamos o plantio de polietileno verde. Para cada tonelada de CO2
emitida na atmosfera, ela é responsável pela contenção de 2,5 toneladas”,
explicou o coordenador da área de Gestão de Desenvolvimento Sustentável, Mario
Pino.
Mais do que se
preocupar com as atitudes tomadas dentro da empresa, a fim de se tornar
referência de sustentabilidade em sua cadeia produtiva, a Braskem elaborou o
“Código de Conduta para os Fornecedores de Etanol”, para avaliar se os seus
parceiros também agem seguindo os princípios de desenvolvimento sustentável. A
avaliação realizada no final de 2014 apontou a adesão de 99,7% das empresas ao
código desenvolvido.
“É importante
que a gente entenda, como organização, quais são as oportunidades e ameaças
vindas das mudanças climáticas. O planeta precisa de resultados numa escala
diferenciada. O tema de mudanças climáticas, hoje, nos ajuda a proteger e gerar
valor, tanto de resultados tangíveis quanto de intangíveis. Então nós temos
antecipado as nossas ações quanto ao atendimento à legislação”, ponderou Mario.
Inaugurado em
maio de 2008, os 84 mil m² do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP)
foi construído com o intuito de proporcionar o melhor atendimento na área da
saúde aos seus pacientes, alinhado a uma filosofia socioambiental implantada
não apenas através da funcionalidade do edifício, mas também difundida junto
aos demais colaboradores.
Desde 2011, o
ICESP vem acumulando prêmios e reconhecimentos pelos projetos desenvolvidos,
tendo sido aclamado pelo selo Benchmarking Brasil por dois anos consecutivos,
em 2013 e 2014.
De acordo com a
presidente do Comitê de Sustentabilidade, Rosemeire da Silva Pereira, uma das
conquistas do instituto no ano passado foi a consolidação do relatório com base
nas diretrizes e indicadores desenvolvidas pela GRI (Global Reporting Initiative), uma organização sem fins lucrativos
que busca disseminar esse padrão para a elaboração de relatórios de
sustentabilidade, o que acabou servindo como base para ações futuras.
O case “Economia
Dez, Desperdício Zero” foi trabalhado em diversas frentes, mas tendo como foco,
principalmente, a economia de água e energia elétrica, antecipando suas ações
desde 2009, apenas um ano após a inauguração do instituto, já precavido com o
período de estiagem que a cidade de São Paulo iria começar a enfrentar a partir
de 2012, gerando uma grande economia em seus gastos mensais.
Outras ações
pontuais também foram adotadas, como a instalação de um bicicletário para o uso
dos colaboradores e o uso racional tanto do gás natural quanto do medicinal, o
que também impactou positivamente no balanço das contas do instituto. Como Rosemeire
bem definiu em sua apresentação, o ICESP trabalha não apenas com o intuito de atender
as pessoas da porta pra dentro, mas sim avaliando suas ações perante a
comunidade como um todo.
O Programa
Benchmarking Brasil está com as inscrições abertas para empresas e gestores com
as melhores práticas de sustentabilidade para concorrer ao XIII Ranking
Benchmarking. As inscrições podem ser feitas até o dia 31 de março através do
site: http://benchmarkingbrasil.com.br/
Os cases
selecionados serão certificados como “Cases Benchmarking”, e farão parte do
maior Banco Digital de Boas Práticas Socioambientais com livre acesso do país,
e poderão também fazer parte da grade dos encontros técnicos de 2015. No dia 02
de julho, será conhecido o ranking das melhores práticas socioambientais do
país, além do lançamento oficial do livro BenchMais 3.
No dia 26 de
março (26/03), será realizado o terceiro encontro técnico, que terá como
enfoque “Recursos Hídricos e Gestão das Águas”, com a presença do professor da
USP, Augusto José Pereira Filho, e a
apresentação dos cases “Movimento Cyan – Projeto Bacias”, da Ambev, pela
gerente de Relações Socioambientais, Simone
Veltri, e “Programa Peixe Vivo”, da CEMIG, pela gerente de Estudos e Manejo
da Ictiofauna e Programas Especiais da Companhia Energética de Minas Gerais
(CEMIG), Raquel Coelho Loures Fontes.
Os encontros
técnicos recebem o apoio do curso de Relações Públicas da Escola de Comunicação
da Universidade Anhembi Morumbi, que gentilmente cede o espaço para a
realização do evento. Também conta com a participação dos voluntários I+. Caso
queira prestigiar os nossos eventos, a entrada é gratuita, contudo, é preciso
fazer a inscrição através do link: http://www.institutomais.com.br/forms/cadastro_eventos.php
Conheça a
programação completa com os palestrantes confirmados no site do Instituto Mais:
http://www.institutomais.com.br/sem-categoria/fibops-tecnica-2015/
(*) Fernando Novais é jornalista e voluntário I+
(*) Fernando Novais é jornalista e voluntário I+
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