quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Fórum Brasilianas.org trouxe profissionais relevantes na área de sustentabilidade

Na última segunda feira (18) foi realizado o 3°Fórum da Brasilianas.org, organizado pela Agência Dinheiro Vivo, na Livraria Cultura em São Paulo. O tema discutido foi mais que claro: "Sustentabilidade". Entre os palestrantes estiveram o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João de Deus Medeiros, que levantou o conceito da sustentabilidade como um mito, e divulgou o recente (e pouco conhecido) Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis, que atualmente está passando por consulta pública antes de ser aprovado pelo MMA. Mais informações sobre o Plano no site www.mma.gov.br/ppcs
A declaração de Medeiros demonstrou através de estatísticas, que apesar das iniciativas mundiais para estimular mecanismos de produção mais limpos, as necessidades continuam sendo criadas pelo mercado; reflexo que explica o aumento de cerca de seis vezes nas taxas de consumo, nos últimos 50 anos. Em contrapartida, os índices de rendimento dos carros pouco subiram desde a década de 60, e a durabilidade de aparelhos eletrônicos e equipamentos domésticos apenas caiu. "Isso não reflete a necessidade de base sobre a manutenção dos recursos. A lógica do crescimento econômico é a essência da instabilidade", disse. O resultado disso, é a apropriação predatória do homem a distintos biomas para dispor de mais recursos para a produção.
Logo após, Oded Grajew, presidente do Instituto Ethos, focou seu discurso na falta de ética das relações políticas, afirmando que em tempos de eleição os números de desmatamento caem pois quem comanda as operações ilegais, frquentemente estão vinculados as campanhas políticas. Grajew também ilustrou sua máxima "o excesso gera lucro" botando em cheque excessos como a venda de remédios acima da quantidade necessária aos pacientes, e a construção infinita de infra-estruturas de rodagem para carros em São Paulo.
Luis Cezar Stano, gerente de eficiência energética da Petrobrás, enfatizou os esforços da poderosa companhia em mitigar emissões investindo na redução de "gas flaring" (gás expelido pelas chaminés das estações de extração de petróleo), na geração de energia a partir de hirdrogênio e biomassa e no fornecimento a médio prazo de diesel e gasolina com menor teor de enxofre. Também ficou claro em sua apresentação que, "coisas não sustentáveis não irão sobreviver" e a manutanção do sistema predatório não é "rentável" para ninguém.
No último painel esteve presente a gerente de sustentabilidade da Natura, Fernanda Ferraz, que exaltou um conceito de sustentabilidade ligado a manutenção de biodiversidade, fonte de inovações e exercício no campo social; os três pilares que a empresa vêm desenvolvendo no trabalho com comunidades tradicionais em três regiões do Brasil, e áreas do Equador. Os 21 cultivos de frutas e plantas que a Natura gestiona, viram cosméticos a base de álcool orgânico, óleos vegetais e outros ingredientes menos impactantes, todos devidamente embalados em "plástico verde". No momento destinado a perguntas, o I+ trouxe em questão o Natura Nós, festival de música recém-realizado pela empresa na chácara do Jóquei, que oferceu atrações internacionais de música e sucos orgânicos servidos em copos de papel na área de alimentação. Com relação a estratégia adotada Fernanda explicou: "Foi realmente natural para a Natura adotar essas medidas no festival. Acreditamos que a arte tem um papel importante na sensibilização ambiental."

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